25 de dezembro de 2009

A equipa da BILMA - MUNDO E NATUREZA deseja-lhe um FELIZ NATAL e um próspero ANO NOVO

Serra da Tronqueira, Ilha de S.Miguel, Açores, Portugal.
Fotografia Zito Colaço

21 de dezembro de 2009

Flamingos, Lagoa dos Salgados, Algarve, Portugal.





FLAMINGO-COMUM (Phoenicopterus roseus).

O Flamingo é uma ave pernalta e corpulenta de bico poderoso e beleza inconfundível, que pode ser observada em vários locais do território do Centro e Sul de Portugal. Pode ainda ser encontrado em todos os países do Sul da Europa e do Norte de África, bem como em alguns territórios mais a oriente.
As suas grandes patas são de cor rosácea, e as suas penas podem ser brancas ou cor de rosa, podendo por vezes atingir uma coleração quase laranja.
Esta ave pode ser observada nos estuários dos rios Tejo, Sado, Arade e Guadiana, existindo também grandes bandos na Ria Formosa.
Para poder observar estes animais, nunca deve aproximar-se muito, já que ao mínimo ruído comecerão a correr, para ganhar velocidade, voando depois para zonas onde se sintam seguras.
Os Flamingos são aves migratórias, voam até ao Norte de África, quando os dias arrefecem no Sul da Europa, para voltarem na Primavera seguinte.
O Flamingo alimenta-se de pequenos crustáceos, peixes e bivalves, razão pela qual procura as zonas onde a água tem pouca profundidade e as zonas de lama ou sapais.
As fêmeas fazem ninhos altos onde depositam dois ovos, que vão demorar cerca de 30 dias a eclodir.
Os Flamingos podem atingir 1,3m de altura e pesar cerca de 12kg.

Fotografias Zito Colaço

8 de dezembro de 2009

Cogumelos - Reserva Botânica da Mata Nacional dos Medos, Charneca de Caparica, Portugal.






A LENDA DOS COGUMELOS ENVENENADOS

Conta-se que há muito tempo atrás, num país distante, havia um pequeno bosque repleto de inebriantes tons verdes e castanhos. O bosque, era habitado por duendes que cuidavam dele como um jardim. Por aquele solo, crescia uma vegetação abundante e rica em cogumelos saborosos. Todos os anos, pela Primavera, vinham habitantes de outras terras em romaria só para ver e comprar tão exuberantes cogumelos.

Talvez por ser um lugar mágico, os jovens habitantes daquela aldeia, escolhiam os troncos das árvores para fazer juras de amor. Muitos eram casais de namorados que se encontravam à noite, às escondidas, por entre as folhagens dos arbustos e das grossas raízes que rompíam a superficíe. Era ali que trocavam beijos e carícias proíbidas.

Numa bela noite de luar, uma jovem apaixonada, seguiu o seu amado pala escuridão. Calcorreando caminhos de pedras e de terra batida, perdida, e sem encontrar o seu amado, sentou-se a beira de um pinheiro manso para descansar. Foi nesse momento, que ouviu, não de muito longe, risos e susurros. Levantou-se, e devagar por detrás das ramagens de uma giesta, viu o seu amado nos braços de outra rapariga da aldeia. A jovem ficou a vê-los enlaçados sobre uma cama de folhas amarrotadas e, quando abandonaram o local abraçados, o seu amado arrancou um cogumelo vermelho do chão e coloco-o no decote do peito da nova amada.

Diz-se que a jovem chorou a noite inteira e que suas lágrimas invadiram o solo verdejante onde brotavam os cogumelos coloridos. A tristeza da jovem sensibilizou a natureza e nesse dia o sol não raiou. Uma penumbra apoderou-se do céu e todos os cogumelos perderam a cor.

Depois daquele estranho dia, todas as pessoas que comeram cogumelos, morreram envenenadas.

Fotografias Zito Colaço

27 de novembro de 2009

Parque Marinho Luiz Saldanha, Parque Natural da Serra da Arrábida, Portugal.


Parque Natural Luiz Saldanha

Criado em 1998 e com 52 km2, faz parte integrante do Parque Natural da Arrábida e abrange a área marinha entre a Serra da Arrábida - praia da Figueirinha - e o Cabo Espichel - praia da Foz. Para ajudar a preservar e a recuperar a biodiversidade deste Parque Marinho foi criado o projecto BIOMARES que inclui acções como:

- a instalação de amarrações "amigas do ambiente"(poitas fixas com sistema de esticadores, com uma bóia á superfície) e de um cais flutuante no Portinho da Arrábida para acesso ás embarcações;

-a recuperação das pradarias de ervas marinhas do Portinho da Arrábida, transplantando plantas(Zostera marina, Zostera noltii e Cymodocea nodosa) do Estuário do Sado, rio Mira e Ria Formosa;

- a informação e sensibilização da opinião pública e utilizadores sobre a biodiversidade e a importância da sua preservação e valorização, incluindo uma exposição permanente no Museu Oceanográfico da Arrábida;

- a caracterização e o mapeamento exaustivo dos habitats dos fundos marinhos do Parque e zona envolvente até aos 100 metros de profundidade;

- estudos de monitorização e acompanhamentos dos efeitos destas medidas e do plano de ordenamento do Parque.

Fotografia Tito Calado

23 de novembro de 2009

Reserva Natural da Serra da Malcata, Beira Interior, Portugal.





Reserva Natural da Serra da Malcata

A Reserva Natural da Serra da Malcata é uma área protegida de Portugal, localizada na região da Beira Interior, abrangendo parte dos concelhos de Penamacor e Sabugal, junto à fronteira com Espanha. Tem uma área de 16.348 ha.
A Serra da Malcata, abrangida pela reserva, é a sétima elevação de Portugal continental. Ali nasce rio Bazágueda, afluente do Erges, parte da rede hidrográfica do rio Tejo. O relevo é ondulado, com a presença de bosques e áreas de matagal mediterrâneo.
A reserva foi criada em 1981 para servir de santuário para o felino mais ameaçado do mundo, o Lince-Ibérico(Lynx pardinus). Actualmente acredita-se que o Lince esteja extinto na reserva, ainda que a área possa no futuro ser utilizada como área de reintrodução.
Entre as espécies animais importantes presentes no parque encontram-se o GATO-BRAVO(felis silvestris), o JAVALI(Sus scrofa), a RAPOSA-VERMELHA(Vulpes vulpes), a GINETA(Genetta genetta) e outros. Destaca-se a CEGONHA-PRETA(Ciconia nigra), uma espécie rara em Portugal. Todas as espécies de anfíbios existentes em Portugal continental estão representados na reserva.
Ultimamente o CORÇO(Capreolus capreolus) e o ESQUILO-VERMELHO(Sciurus vulgaris) regressaram à Serra da Malcata desde refúgios na Espanha.

Fotografias Zito Colaço.

13 de novembro de 2009

Reserva Natural do Ilhéu de Vila Franca do Campo, Açores, Portugal.






O Ilhéu de Vila Franca do Campo está localizado na costa sul de S.Miguel, a cerca de 1 km da costa da vila que lhe deu o nome. A sua actual morfologia geológica é resultado da acção da erosão marinha sobre um cone vulcânico com uma composição geológica baseada em tufo.
Presentemente, os bordos da cratéra compõem dois ilhéus, o pequenino situado na costa nordeste e o ilhéu grande que constitui a maior estrutura emergente. A cratera por eles defenida, forma uma baía quase circular com cerca de 150 metros de diâmetro que comunica com o mar através de um pequeno canal orientado a norte, entre o ilhéu grande e o ilhéu pequenino. Blocos de rocha basáltica dominam as zonas mais influenciadas pela acção da ondulação, tais como o canal de entrada e as várias fissuras através das quais sai da cratera(localmente conhecidas por golas).
Tendo sido descoberto em 1537, a história do ilhéuda Vila Franca do Campo atravessa numerosos proprietários e funções tão diferentes como de forte militar, porto de abrigo, vigia da baleia e zona de cultura de vinha. Em 1983, face a um uso indescriminado, surgiu a necessidade de proteger o interesse natural e paisagístico do ilhéu, tendo sido publicado o decreto Regulamentar Regional nº3/83/A, que classificou o ilhéu de Vila Franca do Campo como Reserva Natural.
A Reserva Natural compreende um área terrestre de 5ha, que inclui todo o ilhéu, e a área marítima adjacente até uma profundidade de 30 metros.
Embora marcada por uma forte intervenção humana, as comunidades terrestres incluem ainda matos macaronésios naturais de faia e urze, sobretudo na fase norte do ilhéu pequenino, onde subsistem espécies como o bracel Festuca Petrea, o Juncus Acutus, a urze Erica Scopia Azorica e a faia-da-terra Myrica Faya. O Ilhéu grande encontra-se fortemente dominado pela presença de flora introduzida, sendo cana Arundo Donax e a árvore de folhagem permanente Metrosideros Tomentosas as mais abundantes.
Relativamente á diversidade de aves da comunidade de aves marinhas que ocorre e nidifica no ilhéu existem referências bem documentadas, tendo a área sido recentemente incluída na lista de Important Bird Areas dos Açores, publicada este ano pela Birdlife Internacional. No Ilhéu e na costa envolvente nidificam uma colónia de cerca de 300 casais de cagarros Calonetris Diomedea e uma colónia de garajáus-comuns Sterna Hirundo de cerca de 10 casais. Existem ainda dados de ocorrência de freira-do-bugio Pterodroma Feae e de Oceanodroma Castro na mesma costa.
A composição e destribuição das comunidades litorais evidenciam diferenças que resultam da localização(mais ou menos exposta) e o tipo de seustrato ( sedimentar ou rochoso), traduzindo-se numa das grandes riquezas desta área protegida. Numerosas espécies de algas e invertebrados caraterizam a zona-entre-marés. Entre as mais conhecidas e facilmente identifiváveis encontra-se a Ligia Italica(pequeno crustácio isópode), Melarhaphe Neritoides(gastrópode), Fucus Spiralis(alga castanha localmente conhecida por alga-do-mar), Patella Candei(lapa mansa), Carolina Officinalis(alga vermelha de fonte calcária), Paracentrotus Lividus(ouriço) e Ophidiaster Ophidianus(estrela-do-mar). A nível submarino, as golas encontram-se os habitantes mais típicos desta área protegida e de maior interesse, sobretudo pela fauna ciáfila que abrigam.
Nos Açores, as paredes destes corredores são normalmente recobertos por organismos como esponjas, briozários encrostantes, madreporários ( como Caryophillia Smithii) e minúsculos hidrários. Sobre o fundo e sobre as irregularidades do substrato, encontramos vulgarmente pequenos camarões de tons avermelhados(Plesionika Narval) e crustácios de maiores dimenções como caranguejos-ermitas (Dardanus Callidus) e os sempre surpreendentes cavacos (Scyllarides Latus). Ao nível dos peixes, congros (Conger Conger), abróteas (Phycis Phycis) e foliões (Apogon Imberbis), são as espécies mais frequentes.
O fundo da baía interior do ilhéu é composto por rocha nua parcialmente coberta de areia, sendo as zonas sul e sudeste as mais profundas. Para além da comunicação que a baía estabelece com o mar através do canal estreito acima referido, as golas são importantes para a comunidade da baía, na medida em que providenciam trocas adicionais de água e areia entre a baía e o mar aberto. A configuração do banco de areia em forma de crescente, sofre certamente influência de factores sazonais, mas parece resultar da força relativa da água que atravessa as fissuras e da direcção predominante dos ventos.
Sobre o quadrante noroeste da baía desenvolve-se um interessantíssimo povoamento formado por algas calcárias de crescimento livre(maerl). Crescendo a partir dos núcleos centrais, estas algas vão desenvolvendo prolongamentos em várias direcções. À medida que as suas dimenções vão aumentando, as ondas passa a movimentar e a enrolar as algas mais frequentes, levando um arredondamento do contorno exterior formado pelos vários prolongamentos. No auge do seu desenvolvimento, estes nódulos adquirem uma forma esférica e atingem o tamanho de bolas de golfe. O Ilhéu de Vila Franca do Campo é o único local dos Açores onde se registou a ocorrência deste tipo de povoamento.
Apesar de não ser habitado, o Ilhéu sofre uma intensa pressão turística durante a época balnear. No verão, existe mesmo um barco que estabelece uma carreira regular que chega a transportar para o Ilhéu cerca de 600 pessoas por dia - um numero claramente excessivo, se tivermos em conta a sua dimensão e os objectivos de conservação da natureza que lhe estão atribuídos.
O Decreto Regulamentar Regional nº3/83/A de 3 de Março que classifica o ilhéu como área protegida prevê algumas medidas regulamentares no domínio da exploração dos recursos marinhos. Desta forma, não são permitidas na zona marítima a pesca e apanha de moluscos, crustáceos e outros invertebrados, bem como a colheita de plantas aquáticas.
De este conjunto de medidas é de salientar a aplicação de um modelo de gestão integrada que envolva todos os actores do desenvolvimento local, de forma a salvaguardar a conservação da natureza beneficiando ao mesmo tempo a população e a utilização desta área protegida como exemplo da diversidade biológica marinha dos Açores.
Localmente, o Clube Naval de Vila Franca do Campo é certamente uma das entidades a contactar para saber um pouco mais sobre este Ilhéu. Se pretende mergulhar na zona, este poderá ser o ponto de partida, assim como as empresas de acividades marítimas com sede em Vila Franca do Campo e na Caloura.

Fotografias Zito Colaço

30 de outubro de 2009

Geopark Naturtejo da Meseta Meridional, Beira Baixa, Portugal

SEGREDOS QUE NÃO SE GUARDAM
Demorarmo-nos por estas paisagens, lugares e entre as gentes é condição para que possamos perceber as razões que levaram a Assembleia Geral da Comissão de Coordenação da Rede Global de Geoparques da UNESCO a aprovar, unanimemente, o processo de candidatura do Geopark Naturtejo da Meseta Meridional. As especificações exigidas para que determinada área possa ser considerada um Geoparque passam por um número significativo de sítios de interesse geológico com particular importância, raridade e relevância cénica e/ou estética, interesse histórico-cultural e biodiversidade rica. Se, por um lado, não deveria ser necessário o reconhecimento por parte de uma entidade oficial para que nós, zelosos do nosso património natural e cultural, possuíssemos um conhecimento profundo da região, a criação do Geoparque fomenterá, por outro lado, a educação, junto do público, através da implantação de medidas de protecção adequadas à preservação, organização de actividades que possam contribuir para um melhor conhecimento do público e estimulação da actividade económica e do desenvolvimento sustentável através do Turismo da Natureza. Deixaram, assim, de ser segredos bem guardados a escarpa de Idanha-a-Nova encimada pelas ruínas do castelo, a escarpa da falha do rio Ponsul , um gigantesco degrau com 300 milhões de anos, resultado da colisão entre continentes, as margens do rio Erges, que define a fronteira entre Portugal e Espanha e constituem, de Vale Feitoso ao Rosmaninhal e da foz a Salvaterra do Extremo, dois percursos tão diversos quanto desarmamente belos, vegetação sem fim o primeiro, paraíso natural integrado no Parque Natural do Tejo Internacional o segundo. Como segredo não são as três gargantas que rasgam a paisagem entre as Termas de Monfortinho e Segura, a antiga fortaleza templária de Penha Garcia e sua povoação que repousa num trono de rocha de quartzo, sobrevoada por espécies de aves raras, os "cogumelos de pedra" de Erez e Alpalhão, a cascata das Fragas da Água dAlta e o miradouro geomorfológico das Corgas. Porque nem todos os segredos devem ser guardados. E alguns, como este, já deveriam ter sido bradados, com ecos de um futuro melhor, há muito tempo.

Texto Nuno Miguel Dias
Fotografias Zito Colaço





23 de outubro de 2009

Parque Natural da Ria Formosa, Quinta do Lago, Algarve, Portugal.





Parque Natural da Ria Formosa
Fundado em 1987, numa extensão de 60km pela costa algarvia, entre o Ancão e Manta Rota, ocupa uma superfície de cerca de 18.400 hectares. Grande parte da área correspondente ao sistema lagunar da Ria Formosa, um cordão de ilhas e penínsulas arenosas dispostas paralelamente à costa, protegendo uma laguna que forma um labirinto de sapais, canais, zona de vasa e ilhotes. Este cordão é constituído fundamentalmente pela península do Ancão, que inclui a "Ilha de Faro", as Ilhas da Barreta, Deserta, Farol-Culatra, Armona-Fuseta, de Tavira, Cabanas e Península de Cancela. É também considerada uma área de Zona Húmida de interesse Internacional. Aqui abrigam-se no inverno espécies de aves do norte e centro da Europa, como os: Pato-trombeteiro, Marrequinho-comum, Maçarico-real, Tarambola cinzenta, etc. O símbolo do Parque é o Caimão-comum, espécie rara que em Portugal existe e se reproduz exclusivamente nestes lagos Algarvios. O flamingo e a águia de asa redonda, a galinhola e o guarda-rios são outras aves que aqui se podem observar. Outro habitante do Parque, quase extinto na Europa, é o camaleão. A nível botânico, a área também é de grande interesse, especialmente pela vegetação das zonas de duna e sapal. A Ria tem também uma importância económica enorme devido á variedade de peixe, marisco e bivalves. Aqui se cultiva a ameijoa, saindo desta área cerca de 80% do total de exportação do país. A dourada, o robalo ou o camarão da ria são abundantes. Outra actividade importante é extração de sal em salinas que, actualmente são também zonas de refúgio de algumas espécies.

Fotografias Zito Colaço

16 de outubro de 2009

Reserva Natural da Lagoa do Fogo, S.Miguel, Açores. Portugal.






A Reserva Natural da Lagoa do Fogo foi criada em 1982 pelo decreto regional nº10/82/A, de 18 Junho. Parte da área da Reserva Natural está incluída na Rede Natura 2000, encontrando-se classificada como sítio de Importância Comunitária da Lagoa do Fogo.
No maciço vulcânico da Serra de Água de Pau, no centro da ilha, rodeada por densa vegetação endémica, a Lagoa ocupa a enorme caldeira de um vulcão extinto. Esta caldeira vulcânica, a mais jovem da Ilha S.Miguel, ter-se-á formado há cerca de 15 mil anos, embora a sua configuração actual resulte, em grande parte, do último colapso importante ocorrido neste vulcão data do ano 1563.
A Lagoa do Fogo é também a mais alta da ilha. Encontra-se situada a 575 metros de altitude e a sua profundidade máxima atinge os 30 metros. Localiza-se no topo do Vulcão do Fogo, onde se desenvolve uma caldeira de colapso, com forma elíptica e dimenções aproximadas de 3x2,5km.
As paredes desta caldeira chegam a atingir desníveis de 300 metros. Dentro do perímetro da Reserva Natural destacam-se algumas espécies de plantas endémicas dos Açores, representativas da antiga floresta Laurisilva, como o CEDRO-DO-MATO, árvore de pequeno porte com madeira de qualidade, o LOURO e o SANGUINHO. Salienta-se ainda o TROVISCO-MACHO, a MALFURADA, o PATALUGO-MAIOR e a URZE.
As aves são elemento presencial nesta lagoa. Observam-se aves marinhas como a GAIVOTA e o GARAJAU-COMUM e aves terrestres como o POMBO-TORCAZ, o MILHAFRE, a ALVÉOLA e o MELRO-NEGRO.

Fotografias Zito Colaço

1 de setembro de 2009

Parque Natural do Tejo Internacional, Portugal.





Fronteiras, chamámos-lhe...

Tecnicamente, o Parque Natural do Tejo Internacional é um santuário natural com cerca de 24 mil hectares de território dividido entre Portugal e Espanha, que alberga 44 espécies de mamíferos (duas delas - lince e lobo - em gravíssimo risco de extinção), 154 espécies de aves, quinze das 17 espécies de anfíbios e 20 das 27 espécies de répteis identificadas em Portugal e 610 espécies e 92 famílias botânicas.

Mas isto é inventário, disponível em qualquer panfleto, site ou artigo jornalístico.

O Parque Natural do Tejo Internacional é, isso sim, uma lição para o Mundo. Porque nem o fogo ou a roda foram invenções que tivessem influenciado tanto a Humanidade como as fronteiras. Foram estas que marcaram a espiral descendente em que entrámos há muitos, muitos anos. Até chegar ao Parque Natural do Tejo Internacional. Onde não há Portugal nem Espanha. Porque à águia Real pouco importa se sobrevoa o Distrito de Castelo Branco ou a Junta da Extremadura. Porque o importante é lutar contra a desertificação, saber como reaproximar as gentes da Natureza sem que esta sofra. Como nunca deveria ter deixado de ser.

Hoje, percorrer o Parque Natural do Tejo Internacional é cruzarmo-nos com lontras, saca-rabos, texugos, doninhas e genetas. É observar o voo magistral do abutre do Egipto, o falcão peregrino, é ouvir o restolhar de uma cobra-de-capuz, é beber um silêncio profundo no qual a Natureza grita de feliz. É saber que este é um dos lugares mais importantes da Europa, que encerra em si, e não dentro das suas fronteiras, um presente como aroma a Futuro Melhor.