1 de setembro de 2009

Parque Natural do Tejo Internacional, Portugal.





Fronteiras, chamámos-lhe...

Tecnicamente, o Parque Natural do Tejo Internacional é um santuário natural com cerca de 24 mil hectares de território dividido entre Portugal e Espanha, que alberga 44 espécies de mamíferos (duas delas - lince e lobo - em gravíssimo risco de extinção), 154 espécies de aves, quinze das 17 espécies de anfíbios e 20 das 27 espécies de répteis identificadas em Portugal e 610 espécies e 92 famílias botânicas.

Mas isto é inventário, disponível em qualquer panfleto, site ou artigo jornalístico.

O Parque Natural do Tejo Internacional é, isso sim, uma lição para o Mundo. Porque nem o fogo ou a roda foram invenções que tivessem influenciado tanto a Humanidade como as fronteiras. Foram estas que marcaram a espiral descendente em que entrámos há muitos, muitos anos. Até chegar ao Parque Natural do Tejo Internacional. Onde não há Portugal nem Espanha. Porque à águia Real pouco importa se sobrevoa o Distrito de Castelo Branco ou a Junta da Extremadura. Porque o importante é lutar contra a desertificação, saber como reaproximar as gentes da Natureza sem que esta sofra. Como nunca deveria ter deixado de ser.

Hoje, percorrer o Parque Natural do Tejo Internacional é cruzarmo-nos com lontras, saca-rabos, texugos, doninhas e genetas. É observar o voo magistral do abutre do Egipto, o falcão peregrino, é ouvir o restolhar de uma cobra-de-capuz, é beber um silêncio profundo no qual a Natureza grita de feliz. É saber que este é um dos lugares mais importantes da Europa, que encerra em si, e não dentro das suas fronteiras, um presente como aroma a Futuro Melhor.