22 de novembro de 2010

RESERVA BOTÂNICA DA MATA NACIONAL DOS MEDOS, PORTUGAL.










A Mata Nacional dos Medos ou Pinhal do Rei é uma RESERVA BOTÂNICA na área de PAISAGEM PROTEGIDA da Arriba Fóssil da Costa de Caparica.

Foi criada por ordem régia de D. João V, no alto da arriba, para travar o avanço das areias sobre os terrenos de cultura do interior: medo, o m. q. médão, s. m. monte de areia ao longo das praias. (Do Castelhano médano).


Esta reserva botânica, riquíssima em termos biológicos, é bastante procurada devido às óptimas condições de recreio, lazer e desporto que proporciona, sendo sobejamente conhecida e apreciada pela população local, pelos veraneantes e pelos praticantes de desportos radicais, em especial o parapente [in portal da Câmara Municipal de Almada].

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Com cerca de 338 hectares, constitui uma das primeiras áreas com estatuto de protecção no nosso País. De facto, foi inicialmente classificada como Reserva Botânica em 1971 (Decreto-Lei 444/71, 23 Outubro) - pelo seu grande interesse botânico e paisagístico que justifica a sua defesa e conservação integrais - e mais tarde integrada na Paisagem Protegida.


O andar arbóreo é dominado pelo Pinheiro manso (Pinus pinea), com alguns Pinheiros bravos (Pinus pinaster) e de Alepo (Pinus halepensis). No sub-bosque destaca-se o Zimbro (Juniperus turbinata), também designado como Sabina-das-praias (Juniperus phoenicea), com exemplares de porte notável que atingem os 8 metros de altura - o que equivale grosso modo a um prédio de três pisos.

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Convém não esquecer que Reserva Botânica significa um valiosíssimo património em termos de biodiversidade, não só vegetal como também animal, que não é traduzível em cifrões!
Não é por acaso que a Noruega pagou do seu bolso e construiu no seu território a Reserva de Sementes da Humanidade - embora tratando-se de um cofre de sementes de alimentos, contém inerente o inquestionável valor do património vegetal.

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A Mata dos Medos inclui-se ainda na RESERVA ECOLÓGICA NACIONAL - zona de máxima permeabilidade, com solos de dunas consolidadas pela vegetação, de elevada sensibilidade ecológica - e é abrangida pela classificação de dois tipos de HABITATS PRIORITÁRIOS em termos de Conservação da Natureza (Directiva Comunitária 92/43/CEE, 21 Maio): Dunas litorais com Juniperus spp e Dunas com florestas de Pinus pinea e Pinus pinaster.

Fontes: Folheto informativo Mata dos Medos, Conhecer para Preservar. Centro de Arqueologia de Almada, Jul'08 [in www.cienciaviva.pt].
Parecer sobre a Estrada Regional 377-2 – Costa da Caparica/Nova Vaga/IC32. Liga para a Protecção da Natureza, Abr'08.


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Pois é exactamente através desta Mata que se pretende lançar um troço de uma nova via rápida com quatro faixas de rodagem e vedada com rede de malha - Estrada Regional (ER) 377-2, integrada no Plano Estratégico POLIS da Costa de Caparica, com a aprovação do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade - e isto apesar de o respectivo Estudo de Impacto Ambiental admitir que a estrada vai gerar impactos negativos muito significativos e não minimizáveis.

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O GEOTA (que representa as Organizações não governamentais de Ambiente na Comissão Local de Acompanhamento do Polis da Costa de Caparica) emitiu um Comunicado em Outubro de 2007 SOBRE O ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA ESTRADA ER377-2 – COSTA DA CAPARICA/NOVA VAGA/IC32, onde considera que o projecto da ER 377-2 é intempestivo e que é completamente extemporâneo avançar com um projecto como a ER 377-2 sem primeiro discutir globalmente um plano de mobilidade (Plano de Transportes e Acessibilidade).

Segundo a Quercus (Núcleo Regional de Setúbal), em Comunicado de Março de 2008, vai ser destruída uma área de cerca de 25 000 m2, onde serão abatidos centenas de pinheiros mansos com mais de duas centenas de anos, numa zona da MATA dos Medos das mais bem preservadas e ecologicamente sustentada; cumulativamente, será ainda desanexada da Reserva Botânica da Mata Nacional dos Medos mais uma área de mata com cerca de 24 500 m2 - que perfaz uma área de cerca de 5 hectares a desafectar dos estatutos de Conservação. De realçar que a nova estrada neste troço apresenta o mesmo traçado que a anterior Via Turística vetada em 2000 pelo ICN (actual Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade), quando José Sócrates, actual Primeiro Ministro, era Ministro do Ambiente.

A propósito daquela VIA TURÍSTICA, são elucidativos os artigos dos jornais Setúbal na Rede, Público e Expresso, de Julho a Outubro 2000.

É claro que o actual Ministério do Ambiente afirma que o traçado da nova estrada entre a Costa de Caparica e a Fonte da Telha, Almada, é o «menos prejudicial» para a Reserva Botânica da Mata dos Medos (notícia de 16 Agosto '08).

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RECAPITULANDO: MATA NACIONAL DOS MEDOS, RESERVA BOTÂNICA Nacional, RESERVA ECOLÓGICA Nacional, PAISAGEM PROTEGIDA Nacional, HABITAT PRIORITÁRIO Europeu.
Isto não vale mais que uma estrada onde - dizem os residentes - não passa (quase) ninguém durante a maior parte do ano?
Afinal, que valores é que estão em causa?

E, já agora, pergunta-se: PORQUE É QUE SERÁ QUE (conforme divulga o Movimento Uma Charneca para as Pessoas, citado nas Notícias do portal POR MARVILA, 11 Agosto '08), O PLANO DIRECTOR MUNICIPAL DE ALMADA PREVÊ - para as zonas de mata desafectadas - «ZONAS URBANIZÁVEIS sobrepostas à própria RESERVA ECOLÓGICA NACIONAL, RESERVA BOTÂNICA e PAISAGEM PROTEGIDA»?

NOTA: Por limitações na Administração do Blogue, não é possível inserir directamente as ligações de algumas notícias e comunicados, pelo que se direccionam para o Arquivo ou Página Inicial respectivos.

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ADITAMENTO, 12 Setembro '08: A não perder, a fotografia aérea do local com o traçado da estrada, bem como excertos e ligações a outros blogues que também já denunciaram este atentado, n' Um Jardim no Deserto: VIA RÁPIDA VAI DESTRUIR PARTE DA RESERVA BOTÂNICA DA MATA DOS MEDOS.

Fotografias Zito Colaço

17 de novembro de 2010

FELINO EM PERIGO









TIGRES SELVAGENS CORREM RISCO DE EXTINÇÃO

"No dia 14/02/2010, a China comemora a entrada do Ano Novo Lunar, com o início do Ano do Tigre. Para aproveitar a data, organizações ambientais como o WWF (World Wildlife Fund) estão levantando um alerta: o felino corre sério risco de extinção.

Atualmente, existem apenas 3.200 tigres selvagens no mundo, a maioria na Índia – onde, no início do século XX, haviam mais de 100.000 animais viviam em liberdade. Três sub-espécies já foram consideradas extintas e uma terceira, o tigre do Sul da China, não é vista em liberdade na natureza há mais de duas décadas.

Embora a perda de seu habitat natural ainda seja uma das causas da queda de seus números, o maior perigo para a espécie ainda é a caça e tráfico ilegais, alimentada pela demanda, especialmente na China, por ossos, órgãos de tigre, usados em vários medicamentos tradicionais na Ásia. Pele de tigre também está na moda entre os novos-ricos chineses.

Entidades conservacionistas criticam o governo chinês, acusando-o de fazer vista grossa com a caça ilegal e permitir criações dos animais com o propósito de fornecer órgãos e peles para os medicamentos. Em janeiro, os 13 países asiáticos que abrigam a espécie se reuniram em uma conferência e se comprometeram a dobrar o número de tigres selvagens vivendo em liberdade até 2022. Em setembro, acontecerá na Rússia uma cúpula reunindo grupos conservacionistas e organizações internacionais para definir metas de conservação para os felinos".

Fotografias Zito Colaço

(imagens captadas no Zoo de Lisboa)

3 de novembro de 2010

Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, Portugal.











PARQUE NATURAL DO SUDOESTE ALENTEJANO E COSTA VICENTINA

O Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina localiza-se no litoral sudoeste de Portugal Continental, no sul do litoral alentejano e no barlavento algarvio em redor do Cabo de São Vicente, tendo sido criado em 1995, após um curto período como Área de Paisagem Protegida. Para além da faixa costeira e da zona submarina de 2 km a partir da costa, o Parque inclui o vale do rio Mira desde a foz até à vila de Odemira, extendedo-se por 74 786 hectares de paisagem.
A população residente na área do Parque é de cerca de 24 mil pessoas. Os visitantes, em pelo menos algumas zonas do parque, são cerca de 2,8 milhões por ano, fazendo deste Parque um dos mais frequentados do País.
A área do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina engloba várias vilas e aldeias. Ao longo dos séculos a população dedicou-se à pesca e à agricultura e pecuária, mas o turismo é uma actividade cada vez mais importante, nomeadamente em locais como Porto Côvo e Vila Nova de Milfontes e em toda a costa algarvia do Parque, não existindo praticamente volume no sector industrial.
Na área do parque encontram-se diversos tipos de paisagens e habitats naturais e semi-naturais, tais como arribas e falésias abruptas e recortadas, praias, várias ilhotas e recifes (incluindo a Ilha do Pessegueiro e um invulgar recife de coral na Carrapateira), o estuário do Mira, o cabo Sardão, o promontório de Sagres e Cabo de São Vicente, sistemas dunares, charnecas, sapais, estepes salgadas, lagoas temporárias, barrancos (vales encaixados com densa cobertura vegetal), entre muitos outros.
A fauna do Parque é, igualmente, diversa, com destaque para a cobra-de-pernas-pentadáctila, a slamandra-de-costas-salient’s, a cobra-cega, a víbora-cornuda, o rato-de-água e o rato-de-Cabrera. Morcegos, lontras, ouriço-caixeiro, lince ibérico, sargos, moreias e douradas também povoam e enriquecem este Parque.
A flora existente no Parque é também variada, e ao longo do parque ocorre uma mistura de vegetação Mediterrânea, Norte-atlântica e Africana, com predominância para a primeira. Na área do parque encontram-se espécies consideradas vulneráveis em Portugal, assim como também diversas espécies protegidas na Europa.

Fotografias Zito Colaço