30 de julho de 2010

Pantanal, Mato Grosso, Brasil.

O Pantanal é a uma das maiores planícies inundáveis do mundo e abriga uma grande concentração de vida silvestre. Situado no coração da América do Sul, tem cerca de 160.000 Km², dos quais quase 90% pertencem ao Brasil, nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O restante encontra-se na parte leste da Bolívia e nordeste do Paraguai.

A localização geográfica central da planície pantaneira favorece o contato com outros biomas brasileiros, como a Amazônia e o Cerrado, além do Chaco Boliviano, proporcionando uma exuberante diversidade de espécies de animais e plantas.

No Pantanal, existem pelo menos 3.500 espécies de plantas, 463 de aves, 124 de mamíferos, 177 de répteis, 41 de anfíbios e 325 espécies de peixes de água doce. Esses números refletem apenas uma visão geral da biodiversidade ainda pouco estudada na região.

Aproximadamente 83% da planície do Pantanal estão em excelentes condições de conservação e abrigam populações saudáveis de espécies ameaçadas de grandes mamíferos e aves, que praticamente desapareceram em outros estados brasileiros. A arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus), a ariranha (Pteronura brasiliensis), e o cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus) são algumas espécies ameaçadas que podem ser vistas facilmente no Pantanal.

As inundações anuais e a baixa fertilidade dos solos são as principais razões pelas quais o Pantanal ainda está praticamente intacto. Essas características naturais impediram a ocupação humana, o avanço da fronteira agrícola e o uso intenso dos solos.

Pelo seu estado de conservação, a sua rica biodiversidade e suas particularidades, o Pantanal é considerado uma das 37 últimas Grandes Regiões Naturais da Terra (wilderness), as quais apresentam alta diversidade biológica, grandes extensões e baixa densidade populacional humana.

Mesmo estando bastante conservado, o Pantanal sofre constantes ameaças. A maior parte delas está relacionada com o desmatamento do Cerrado. Os principais rios do Pantanal nascem nos planaltos e nas chapadas desse domínio vizinho, que sofre profundos problemas ambientais associados à intensa produção agrícola. A ocupação humana e a atividade pecuária também representam ameaças pela conversão de florestas em pastagens.

Estudo da Conservação Internacional sobre o desmatamento na Bacia do Alto Paraguai, realizado em 2006, alerta para o risco de desaparecimento da vegetação original do Pantanal nos próximos 45 anos.

A pesca e o turismo sem controle são atividades potencialmente ameaçadoras à integridade desse conjunto de ecossistemas. Anos atrás, o Pantanal foi ameaçado por um grande projeto para implantação de uma hidrovia transnacional. Ela iria desviar os cursos naturais e drenar os principais afluentes do rio Paraguai, o que provavelmente arruinaria o processo de cheias e secas com conseqüências desastrosas à fauna e flora.












Fotografia Pedro Simões

15 de julho de 2010

Reserva Botânica da Mata Nacional dos Medos, Portugal.






LOVETREES - As Árvores Misteriosas

Gravei em ti o nome.
Não sei quantos anos passaram. Muitos.
Nem sei, ao certo, o que escrevi, se o nome próprio sem apelido, se vice-versa, ambas, sei lá.
Em tua casca, provavelmente, uma caligrafia perdida. Mudei de letra quantas vezes mudei de vida. Mudei-me à imagem de outros até descobrir que, amor de mim, não tinha. Só depois desse me amou alguém. E eu... também. Um amor que me adiou a velhice, feito de gargalhadas e arrepios, calores e frios nos olhos e decisões aos molhos que me pareceram promissoras, na hora.
Nao agora. Que me resta um arrepio na memória do tacto. Este estar triste inacto que, só então, é esboço de sorriso. Cheiro de hálitos quentes, som de gemidos clementes de "não pares" e "pára". E todos os dias, num outro leito. Adormeço com o quente aroma do teu cabelo. E acordo na certeza que o meu destino é vê-lo. Um dia...

...em desalinho no meu peito. Enquanto não, procuro-te a ti. No início, sem sucesso. Marco o trajecto para o regresso. Densa floresta, jardim. NÃO! E lá estás. Envelheces-te. Mas continuas bela. Abraço-te. Mas já não te abarco. Guardo na roupa esta mancha de resina que me deste. E leio-me fundo no teu tronco agreste. E decido que é a ti que amo. A mais ninguém.

Texto Nuno Miguel Dias
Fotografias Zito Colaço