25 de novembro de 2011

Fiscais da Natureza


O que penso, o que proponho?

Poucos sabem que nossos recursos naturais podem faltar, muitos nem sabem de onde eles vem, mas a visão dos recursos como fonte inesgotável está sendo desfeita pela própria realidade.

Hoje este potencial está ameaçado e a palavra sustentabilidade está cada vez mais em pauta. Não faltam leis nem ações ambientais, mas isso não é suficiente enquanto o sistema for o mesmo, um sistema linear, em um planeta com recursos finitos. Um sistema que começa com a extração, passa pela produção, distribuição, consumo e finalmente pelo tratamento de lixo (quando há), tem problemas e falhas de processo em todas suas etapas.
O meio ambiente nunca foi compensado pela extração de seus recursos retirados; a produção é feita na maioria das vezes em países mais pobres, muitas vezes com abuso de trabalho escravo ou infantil e sem os devidos cuidados nos processos produtivos; o consumo é desenfreado, incentivado pelo modelo econômico e campanhas publicitárias onde ter significa ser; e por fim, o descarte feito de forma incorreta, que contamina aterros sanitários e não volta para o ciclo produtivo onde são perdidos milhares de toneladas de material rico.

O problema não está no sistema em si, mas em quem faz o sistema: nós, seres humanos. Nós somos educados para não pensar e não refletir para poder fazer parte desse sistema. O método de ensino impõe o conhecimento sem tempo para a reflexão como se fossemos deposito de informação.

Para mudar esta realidade e termos diferentes atitudes é necessária uma nova consciência através de uma reeducação, que valorize o ser humano com humano e não máquina, que o incentive e o valorize em dois aspectos: corpo e alma, alternando as matérias escolares do âmbito do pensar (matemática, ciências, etc.) com aquelas do sentir (artes) e do agir (trabalhos manuais, esportes etc.).

O planeta terra é nossa casa e conforme destruímos este espaço, estamos destruindo a nós mesmos. A contaminação das águas nos contamina e nos adoece. Somos responsáveis pela extinção de animais que são fundamentais para o equilíbrio do ecossistema. A poluição do ar é responsável por diversas doenças respiratórias. Atos inconscientes como descarte incorreto de remédios e atitudes imediatistas como o uso dos agrotóxicos em nossos alimentos, são apensas alguns exemplos que atestam nossa incapacidade de refletir sobre nossas atitudes e todas as conseqüências que elas tem sobre nós.

Nossos reais valores estão perdidos e esta distorção de visão de realidade está além do ambiente externo em que vivemos, quando doenças psicossomáticas começam a se manifestar em nossos corpos. É cada vez maior o número de pessoas com estresse, ansiedade, depressão, enfim, todos os tipos de desequilíbrios dos processos mentais.

Não seremos capazes de cuidar do planeta em que vivemos enquanto não conseguirmos cuidar da nossa própria saúde. Estamos antes de tudo nos autodestruindo e uma nova educação é fundamental para modificar este quadro de degradação socioambiental em que vivemos.

Priscila Kirsner

http://www.facebook.com/fiscaisdanatureza

12 de novembro de 2011

Peninha, Parque Natural Sintra-Cascais.





A PENINHA

A Peninha é um local na Serra de Sintra, considerado por muitos como mágico, devido ao verde e à vista, que enfatizado pelos locatários vento e nevoeiro, faz com que a mente de quem na Peninha se encontre, viaje até tempos imemoriais, com um sabor a mistério e ao misticismo que tira qualquer pessoa do presente, e a leva até aos enigmas do passado e às incógnitas do futuro.

Apresenta-se como sendo das áreas da Serra de Sintra, talvez a mais virgem em termos da flora de Sintra, e também da fauna de Sintra onde abundam em maior número as espécies da Serra.

Perto da Peninha, a Noroeste, a Anta de Adrenunes, monumento sepulcral da época Megalítica (entre 4800 A.C. e 2500 A.C.), atribuindo a Sintra ou a quem a sente, um sentimento de importância para a Humanidade, tão longo como seis ou sete milénios conseguem ser.

Mais perto do monte da Peninha, as Casas dos Romeiros, do Século XVIII, levantadas para apoiar e acolher os peregrinos que até ao Santuário da Peninha iam.

Na base do monte da Peninha, a Ermida de São Saturnino dos tempos medievais, erigida por D. Pêro Pais, companheiro de armas de D. Afonso Henriques na conquista do território português, sendo assim desse modo, uma das mais - senão talvaz a mais - antigas ermidas de Portugal (Século XII - o início de Portugal).

No cume do monte da Peninha, a Capela de Nossa Senhora da Penha (Santuário da Peninha), erguida no Século XVI, no reinado de D. João III, segundo a Lenda da Peninha, em que Nossa Senhora tinha aparecido perante uma jovem e muda pastorinha, e nela operado um milagre.

Dividindo o cume do monte da Peninha com o Santuário da Peninha, o Palácio da Peninha, ou o Palacete de Carvalho Monteiro, o homem que mandou edificar a Quinta da Regaleira, e que deu início aos trabalhos na Peninha em 1918, tendo-os deixado praticamente no início, devido ao seu falecimento em 1920.

Por fim, e de realce não menos acentuado que os restantes pontos da Peninha, junto ao Santuário e ao Palácio, bem como à Ermida de São Saturnino, em algumas rochas podem-se encontrar arredondados ou cilíndricos buracos de uma dimensão considerável, que funcionaram como sepulturas em rocha, com enterros dos Séculos XII, XIII, e XVI, segundo investigações arqueológicas.

Fotografias Zito Colaço

16 de agosto de 2011

GOLFINHOS





OS GOLFINHOS

Os golfinhos ou delfins são animais cetáceos pertencentes à família Delphinidae. São perfeitamente adaptados para viver no ambiente aquático, sendo que existem 37 espécies conhecidas de golfinhos dentre os de água salgada e água doce. A espécie mais comum é a Delphinus delphis.

São nadadores privilegiados, às vezes, saltam até cinco metros acima da água, podem nadar a uma velocidade de até 40 km/h e mergulhar a grandes profundidades. Sua alimentação consiste basicamente de peixes e lulas. Podem viver de 25 a 30 anos e dão à luz um filhote de cada vez. Vivem em grupos, são animais sociáveis, tanto entre eles, como com outros animais e humanos.

Sua excelente inteligência é motivo de muitos estudos por parte dos cientistas. Em cativeiro é possível treiná-los para executarem grande variedade de tarefas, algumas de grande complexidade. São extremamente brincalhões, pois nenhum animal, exceto o homem, tem uma variedade tão grande de comportamentos que não estejam diretamente ligados às atividades biológicas básicas, como alimentação e reprodução. Possuem o extraordinário sentido de ecolocalização ou biossonar ou ainda orientação por ecos, que utilizam para nadar por entre obstáculos ou para caçar suas presas.

Predadores

Os predadores dos golfinhos são os tubarões e principalmente o homem. Os pescadores de atuns, costumam procurar por golfinhos, que também os caçam, ocasião em que ocorre um mutualismo. O golfinho encontra o cardume e os pescadores jogam as redes aprisionando os peixes e deixam os golfinhos se alimentarem para depois puxarem as redes. Desse modo, ambas as espécies se beneficiam do alimento. Porém, muitas vezes, os golfinhos acabam se enroscando nas redes, podendo morrer.

O comprimento das redes, além do necessário, assim como a poluição, também aumentam a predação.

Pesca de golfinhos

Em muitos locais do mundo os golfinhos são pescados, sendo o Japão um dos principais países onde esta prática se mantém, embora os animais "pescados" neste país seja muitas vezes vendidos para outros países, principalmente China e EUA.

O principal motivo desta pesca é para alimentação, como um substituído para a carne de baleia, quando estas começaram a se tornar raras. Porém muitos golfinhos e orcas também são capturados para se tornarem "atrações" em parques aquáticos, sendo que muitos pescas são organizadas para este fim. Porém, mesmo nestas pescas que procuram capturar animais vivos, muitos golfinhos acabam mortos ou feridos, devido as técnicas usadas na captura, além disso, os animais que não servem para se tornarem "atrações" nos parques, acabam sacrificados para serem vendidos como carne de baleia. E mesmo os que "sobrevivem" a pesca, não estão garantidos, pois muitos não se adaptam à vida em cativeiro e acabam adoecendo ou mesmo morrendo, além de que a maioria dos parques marinhos não tem condições de suprir todas as necessidades destes animais.

Uma pesquisa realizada nos EUA também demonstrou que a longevidade destes animais decai muito em cativeiro. Para piorar a situação, a reprodução deles em cativeiro é quase impossível, o que torna a pesca de golfinhos "indispensável".

Entre 700 e 1,3 mil toninhas morrem anualmente em redes de pesca no estado brasileiro do Rio Grande do Sul e no Uruguai, segundo dados do Instituto de Oceanografia da FURG. Ameaçadas de extinção, elas estão classificadas como vulneráveis na lista vermelha da (IUCN).

Alimentação

Os golfinhos são caçadores e alimentam-se principalmente de peixes e lulas, mas alguns preferem moluscos e camarões. Muitos deles caçam em grupo e procuram os grandes cardumes de peixes. Cada espécie de peixe tem um ciclo anual de movimentos, e os golfinhos acompanham esses cardumes e por vezes parecem saber onde interceptá-los, provavelmente conseguem estas informações pela excreções químicas dos peixes, presentes na urina e nas fezes.

Ecolocalização


Ilustração animada da ecolocalização

O golfinho possui o extraordinário sentido da ecolocalização, trata-se de um sistema acústico que lhe permite obter informações sobre outros animais e o ambiente, pois consegue produzir sons de alta frequência ou ultra-sônicos, na faixa de 150 kHz, sob a forma de cliques ou estalidos. Esses sons são gerados pelo ar inspirado e expirado através de um órgão existente no alto da cabeça, os sacos nasais ou aéreos. Os sons provavelmente são controlados, amplificados e enviados à frente através de uma ampola cheia de óleo situada na nuca ou testa, o Melão, que dirige as ondas sonoras em feixe à frente, para o ambiente aquático. Esse ambiente favorece muito esse sentido, pois o som se propaga na água cinco vezes mais rápido do que no ar. A frequência desses estalidos é mais alta que a dos sons usados para comunicações e é diferente para cada espécie.

Quando o som atinge um objeto ou presa, parte é refletida de volta na forma de eco e é captado por um grande órgão adiposo ou tecido especial no seu maxilar inferior ou mandíbula, sendo os sons transmitidos ao ouvido interno ou médio e daí para o cérebro. Grande parte do cérebro está envolvida no processamento e na interpretação dessas informações acústicas geradas pela ecolocalização.

Assim que o eco é recebido, o golfinho gera outro estalido. Quanto mais perto está do objeto que examina, mais rápido é o eco e com mais frequência os estalidos são emitidos. O lapso temporal entre os estalidos permite ao golfinho identificar a distância que o separa do objeto ou presa em movimento. Pela continuidade deste processo, o golfinho consegue segui-los, sendo capaz de o fazer num ambiente com ruídos, de assobiar e ecoar ao mesmo tempo e pode ecoar diferentes objetos simultaneamente.

A ecolocalização dos golfinhos, além de permitir saber a distancia do objeto e se o mesmo está em movimento ou não, permite saber a textura, a densidade e o tamanho do objeto ou presa. Esses fatores tornam a ecolocalização do golfinho muito superior a qualquer sonar eletrônico inventado pelo ser humano.A temperatura dele varia com a da água 28 a 30 °C.

Sono

Os golfinhos por serem mamíferos e apresentarem respiração pulmonar devem constantemente realizar a hematose a partir do oxigênio presente na atmosfera, tal fato obriga os golfinhos e muitos outros animais aquáticos dotados de respiração pulmonar a subirem constantemente à superfície. Uma das consequências desta condição é o sono baseado no princípio da alternação dos hemisférios cerebrais no qual somente um hemisfério cerebral torna-se inconsciente enquanto o outro hemisfério permanece consciente, capacitando a obtenção do oxigênio da superfície.

Géneros e espécies

Nota: Alguns membros da família dos golfinhos são designados popularmente como baleia ou boto; por outro lado, há golfinhos que não pertencem à família Delphinidae, como por exemplo o golfinho do Ganges.

Fotografias Zito Colaço